Braga é a mais antiga cidade de Portugal e geralmente está no roteiro de quem viaja para o norte do país, sendo um bate-volta perfeito desde o Porto. No coração do Minho, a cidade é um dos principais centros religiosos portugueses, tem ruas floridas, clima jovem e boas opções de restaurantes. 
 

 

Um passeio por Braga passa principalmente por duas áreas. O centro histórico é onde estão a Sé, dezenas de igrejas, museus, construções romanas, coloridos jardins e excelentes cafés e lugares para provar iguarias da região, como o arroz de pato, o bacalhau à minhota e os tradicionais doces conventuais, como as tíbias e os sameirinhos.

Já distante dali, no alto de um morro, está o principal cartão postal de Braga: o Santuário do Bom Jesus do Monte, com sua enorme escadaria branca, um dos principais pontos de peregrinação católica em Portugal. Então já sabe: será necessário reservar um certo tempo para poder aproveitar bem a cidade.

Confira a seguir todas as nossas dicas de Braga: como chegar, quanto tempo ficar, o que fazer e o nosso roteiro de um dia na cidade.

Quanto tempo ficar em Braga

Boa parte dos turistas que visitam Braga costumam fazer bate-volta desde o Porto. E é realmente uma ótima opção: chegando cedinho na cidade, há tempo suficiente para percorrer o centro histórico, ingressar em algum ponto turístico que mais interessar, fazer uma refeição e, depois, seguir para o Bom Jesus do Monte, retornando no fim do dia.

Apesar de ser a cidade mais antiga de Portugal, Braga é um dos principais centros universitários do país, o que lhe dá um clima bastante descontraído, com atrações culturais, bons cafés, restaurantes descolados e vida noturna. Então, se a ideia for curtir a cidade com mais calma, aproveitando a noite para jantar ou se estender em algum bar, a melhor opção é fazer um pernoite – o que sempre dá a possibilidade de fazer, na manhã do dia seguinte, mais alguma coisinha que tenha restado da programação. Mas é isso. A não ser que você queira uma experiência maior da cidade, Braga é um destino que pode tranquilamente ser visitado em um dia, um dia e meio ou dois dias.

Passar uma noite em Braga também é uma boa opção para quem pretende visitar Guimarães (a meia hora de carro ou pouco mais de uma hora de ônibus), cidade que pede pelo menos meio dia de visita. Barcelos é outra cidade do Minho que pode ser visitada tendo Braga como base.

O que fazer em Braga, Portugal

Nossa sugestão é começar o tour em Braga pelo centro histórico, que reúne boa parte das atrações turísticas e tem a vantagem de ser bem pequeno. Como os pontos de interesse ficam muito próximos, não levando mais do que alguns minutos de caminhada para ir de um ao outro, aproveite a manhã para passear pelas belas ruas da cidade, arborizadas, floridas, movimentadas e cheias de cafés e lojas.

Se chegar a Braga de trem, você provavelmente começará o circuito pelo Arco da Porta Nova, uma das oito entradas da muralha que dava os limites e proteção à cidade durante a Idade Média. E é a partir deste ponto que vamos aconselhar, a seguir, um itinerário pelo centro. Mas você não precisa necessariamente se prender a esta sugestão. Como dito, a região é muito pequena e vale se perder por ela!

Após cruzar o Arco da Porta Nova, você estará na Rua Dom Diogo de Souza, que mais adiante passa a se chamar Rua do Souto. Nesta percurso, o movimento é intenso. Pudera, ali se concentram muitos restaurantes, cafés, bares, lojas e alguns dos principais pontos de interesse da cidade, como a parte lateral da Sé de Braga, o Largo do Paço (sede da República Bracarense, extinta em 1790, que hoje abriga a reitoria da Universidade do Minho e o prédio da Biblioteca Pública de Braga) e, no fim, as floridas Avenida da Liberdade e a Praça da República. 

Caminhe sem pressa até o final deste extenso calçadão para pedestres. Na Avenida Liberdade, esquina com a Praça da República, há um posto de informação para turistas. Dê uma passada por ali, pergunte se está acontecendo algum evento diferente na cidade e pegue um mapa. Após pausa para contemplação (a Avenida Liberdade tem canteiros bem coloridos e dificilmente você passará por ali sem tirar uma foto), siga em direção ao Jardim de Santa Bárbara.

Você passará em frente ao Café A Brasileira e, se quiser, faça uma pausa para recarregar as energias – este é um bom momento. Depois, vá pela Rua do Castelo para avistar a Torre da Menagem, que foi o que restou do Castelo de Braga, demolido no século 20. E, então, reserve um tempinho para passear pelo Jardim de Santa Bárbara, com várias espécies e cores de flores, formando um belíssimo mosaico vivo. Ao fundo deste florido cenário, estão os fundos do Paço Episcopal – a fachada frontal desta construção você já viu antes, no Largo do Paço, quando caminhou pela Rua do Souto.

Pausa para um almoço? A região Norte de Portugal possui pratos bem típicos, como a Francesinha, o Arroz de Pato, o Bacalhau à Minhota e, em Braga, a Frigideira, um salgado folhado geralmente recheado com carne ou queijo. Não muito distante do Jardim de Santa Bárbara, uma boa pedida é o restaurante Velhos Tempos, um dos mais autênticos estabelecimentos da cidade, especializado em cozinha regional. Por ali também está o Ferreira Capa: meio restaurante, meio café, com pratos do dia por preços justos. Na região da Sé, próxima parada que aconselhamos neste roteiro, tem ainda o Frigideiras do Cantinho, que serve vários pratos locais.

Construída no século 11, a Sé de Braga é a primeira catedral portuguesa, erguida antes mesmo da fundação de Portugal. Devido à sua importância, a Sé chegou a rivalizar com a Catedral de Santiago de Compostela, o principal destino de peregrinação religiosa no mundo. Hoje, a igreja guarda principalmente traços do barroco, mas ainda é possível perceber resquícios de outras épocas, como da arquitetura romana. A visita ao claustro é gratuita, mas para ingressar na Catedral é necessário pagar 2 euros. São vários os bilhetes, que dão acessos a diferentes áreas. No Coro Alto dá para ver de perto o belo e enorme órgão. Nas capelas, estão enterrados nomes importantes para a igreja, além dos pais do primeiro rei de Portugal, D. Henrique e D. Teresa. E no Tesouro-Museu estão peças de importância histórica, como a cruz com a qual foi rezada a primeira missa no Brasil.

Após deixar a Sé, vá até o Largo de Santa Cruz, passando pela Casa e Capela dos Coimbras. Já no Largo, tire fotos com o letreiro com o nome da cidade. Clássico, né? E aprecie a arquitetura das igrejas de Santa Cruz e de São Marcos. Se tiver tempo, dê uma entradinha – afinal, você está em uma das cidades portuguesas com mais igrejas. Vale a pena visitar, ainda que rapidamente, o maior número delas. 

Pela Rua São Lázaro, seguindo à esquerda da Igreja de São Marcos, você encontrará o Palácio do Raio – uma belíssima construção barroca, toda revestida de azulejos azuis. Admire a bela fachada do palacete e, se tiver interesse, visite o Centro Interpretativo Memórias da Misericórdia de Braga, que funciona no interior.

Dali, vá para a Avenida Liberdade. Depois de contemplar os canteiros de flores, agora de outro ângulo, caminhe até o ponto de ônibus 25 de Agosto, próximo ao supermercado Pingo Doce. Ali passa o autocarro (ônibus) 2, que leva até os pés do Santuário de Bom Jesus do Monte. Se estiver de carro alugado, basta configurar o endereço no GPS – o santuário fica distante cerca de 15 minutos do centro da cidade.

Se for de ônibus, você descerá na última parada do ônibus, a Bom Jesus, aos pés da atração mais visitada da cidade. Para chegar ao santuário, são duas as opções: subir as famosas escadas ou pegar o funicular que faz a travessia em meio à mata e deixa praticamente na porta da igreja. Uma boa pedida é subir de funicular e descer as escadarias a pé. O bilhete custa 1,50 por trecho ou 2,50 ida e volta. De carro, é possível estacionar próximo à parada de ônibus ou subir até a área do santuário, onde também há vagas. Aí subir ou descer as escadas será uma decisão de cada um, mas nós recomendamos: vale a pena a vista de baixo pra cima, a partir do pé das escadarias.

No Santuário do Bom Jesus do Monte, além da igreja e das famosas escadas de 573 degraus, tem ainda um parque próprio com lagos, onde é possível passear de barco, além de opções de hotéis, quiosques para lanches e restaurante. A entrada no santuário é gratuita.

Dois quilômetros acima do Santuário do Bom Jesus do Monte está o Santuário do Sameiro, um dos principais centros de peregrinação mariana em Portugal. Nossa recomendação é que você deixe para visitá-lo no fim de tarde, quando a derradeira luz do dia deixa o espaço ainda mais bonito (mas fique de olho nos horários de ônibus/trem para voltar à Braga e/ou outro destino). Para ir do Bom Jesus do Monte até o Sameiro, pegue o ônibus na estação Castelos, na Estrada de Bom Jesus (parte superior do santuário).

Mapa de Braga, Portugal

Para facilitar a sua viagem a Braga, criamos um mapa com as principais atrações da cidade em vermelho e alguns restaurantes bem avaliados em verde:

Como chegar a Braga

De carro alugado: boa parte dos turistas que vão a Braga fazem um bate-volta desde o Porto ou então se deslocam do Porto para a região do Minho. Cerca de 55 quilômetros separam o Porto de Braga. A viagem pela A3 é bastante agradável, segura e leva menos de 50 minutos.

De trem: os trens saem diariamente em vários horários da Estação Campanhã, no Porto (facilmente acessível a partir da Estação São Bento, no centro da cidade). A viagem dura cerca de uma hora e custa a partir de 3,25 euros (confira os valores no site da empresa Comboios de Portugal).

De ônibus: os ônibus para Braga partem diariamente em vários horários do Campo 24 de Agosto, terminal da Rede Expressos. A viagem também dura cerca de uma hora e a passagem custa em média 6 euros. A rodoviária de Braga fica a poucos minutos de caminhada da Praça da República, um dos principais pontos turísticos da cidade.


Já esteve em Braga e tem mais dicas para compartilhar? Ou deseja visitar o destino e ainda tem dúvidas? Escreva nos comentários! 

 

Por Bruna Scirea

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