Assim como Braga, Guimarães é um dos principais destinos de turistas que chegam à região do Minho, em Portugal. A cidade é considerada o berço da nacionalidade portuguesa: foi lá que nasceu Afonso Henriques, o primeiro rei do país, conquistador e unificador dos territórios portugueses. Só por isso talvez a visita já fosse válida, mas Guimarães também oferece monumentos medievais, centro histórico pequeno, charmoso e pra lá de aconchegante, além de museus, bons restaurantes, doces conventuais e ainda é uma ótima opção de bate-volta desde o Porto.

 

 

O que fazer em Guimarães

Dá para resumir o turismo em Guimarães em três regiões: o centro histórico, a área do Castelo e do Paço dos Duques de Bragança (que fica, na verdade, colada ao centrinho), e também a parte mais alta, que abrange o teleférico e do Parque da Penha. Todos os deslocamentos podem ser feitos a pé.

Se você chegar a Guimarães de trem, bastará uma caminhada de 10 minutos para chegar ao Centro Histórico. A primeira parada será no Largo do Toural, onde está a Torre da Alfândega com o famoso letreiro “Aqui nasceu Portugal”. Dali para frente, é só se embrenhar pelas ruelas estreitas e passear por uma das mais agradáveis cidades de Portugal.

No Largo da Oliveira, as atrações são a Igreja Nossa Senhora da Oliveira (onde é possível visitar a Sacristia e o Coro Alto) e o Padrão do Salado, monumento gótico que teria sido erguido no século 14 em comemoração à batalha contra os mouros. Se tiver com tempo, aproveite para tomar um café ou fazer alguma refeição no entorno desta praça, que é certamente um dos pontos mais interessantes da cidade.

Ao lado da igreja, está o Museu de Alberto Sampaio, que abriga importantes esculturas e obras artísticas que pertenciam a igrejas de Guimarães. E para quem quiser conhecer uma arte bastante característica da cidade, nossa recomendação é visitar a Loja Oficina, na Rua da Rainha. Ali, artesãos trabalham diariamente nos famosos e encantadores bordados de Guimarães, que têm pontos, cores e uma história única – o pessoal é bastante simpático e interessado em conversar sobre esta arte que, infelizmente, é cada vez mais rara.

Quem seguir do Largo da Oliveira pela Rua de Santa Maria passará pelo Posto de Turismo de Guimarães e, em seguida, pela Casa Costinhas, uma das confeitarias mais tradicionais da cidade. Faça um agradinho a você mesmo: entre e prove a Torta de Guimarães (uma massa folhada recheada com ovos, amêndoas e doce de chila, parecida com abóbora) e o Toucinho do Céu (que leva praticamente os mesmos ingredientes da torta, mas é mais fofinho). Outro lugares para se derreter com os doces é a Pastelaria Clarinha, no Largo do Toural.

Castelo de Guimarães

Seguindo pela Rua de Santa Maria, logo se chegará à chamada Colina Sagrada, onde estão o Castelo de Guimarães, o Paço dos Duques de Bragança e a Igreja de São Miguel do Castelo.

Reserve pelo menos uma hora e meia para visitar o Castelo de Guimarães e o Paço dos Duques. O primeiro foi construído no século 10, servia como proteção da cidade e, mais tarde, ganhou ainda mais fama por ter sido o local onde nasceu o primeiro rei de Portugal, Afonso Henriques. O passeio no castelo inclui caminhar em meio e sobre as ruínas e subir uma das torres centrais, onde foi montada uma exposição com os mais importantes fatos históricos da região.

No caminho entre o castelo e o paço, você irá passar pela Igreja de São Miguel do Castelo, uma construção bem pequena onde teria sido batizado o primeiro rei de Portugal. No Paço, a maior das construções da Colina Sagrada, encontram-se grandes espaços com mobiliários antigos, tapeçaria, porcelana, vários artefatos portugueses medievais e uma belíssima capela em madeira. O palácio foi construído no século 15, a mando de D. Afonso, filho bastardo do rei D. João I, e serviu por anos como casa senhorial. É legal passear por lá e ter uma ideia de como vivia a nobreza séculos atrás.

Ingressos para o Castelo de Guimarães e o Paço dos Duques

Castelo de Guimarães: 2 €
Paço dos Duques: 5 €
Paço dos Duques de Bragança e Castelo de Guimarães: 6 €
Museu de Alberto Sampaio e Paço dos Duques de Bragança: 6 €
Museu de Alberto Sampaio, Paço dos Duques de Bragança e Castelo de Guimarães: 8 €

Depois, retorne até o Largo da Oliveira e siga pela rua em frente ao Museu de Alberto Sampaio. Você cairá em um extenso e florido jardim, o Largo da República do Brasil, ao fundo do qual está uma bela igreja, a Nossa Senhora da Consolação.

Se a ideia for pegar o bondinho aéreo (ida e volta custam 7,50 euros) e seguir até a Montanha da Penha, onde está o Santuário da Penha, uma extensa área verde para camping e vários mirantes com belas vistas sobre a cidade, basta seguir para o Teleférico de Guimarães.

Quem preferir continuar o passeio pela parte baixa da cidade, pode seguir pela direita da Igreja e ir para a Zona de Couros, onde estão, a céu aberto, antigos tanques e estruturas da indústria do curtume, uma das principais atividades econômicas da cidade na primeira metade do século 20.

Antigos tanques utilizados na fabricação do couro podem ser vistos a céu aberto

Pertinho desta área, também está a Igreja de São Francisco, que tem um interior muito bonito e entrada gratuita.

Guimarães ainda conta com diversos museus, como o Ciência Viva, o Centro Internacional de Artes José de Guimarães e o Museu Arqueológico Martins Sarmento.

A esta altura você deve estar imaginando que é possível passar um dia inteiro em Guimarães e ainda não conhecer tudo o que a pequena cidade tem a oferecer – e você está certo. Então monte o roteiro que mais tem a ver com você e aproveite o passeio nesta bela cidade.

Como chegar a Guimarães

De trem: para quem vem do Porto, uma das melhores maneira de chegar a Guimarães é de trem. Os comboios partem diariamente, várias vezes por dia, da Estação Campanhã (acessível com o trem urbano, desde a Estação São Bento). Os bilhetes custam a partir de 3,25 euros o trecho e a viagem dura menos de uma hora e meia. Em Guimarães, a estação fica a uma caminhada de menos de 10 minutos do centro histórico da cidade.

De ônibus: a linha Porto-Guimarães é feita pela Rede Expressos, partindo de diferentes terminais. O trajeto é feito em menos de uma hora e a passagem custa, em média, 6 euros (trecho).

De carro do Porto para Guimarães: são apenas 40 minutos de viagem. O trajeto é pela A20 na saída do Porto e, depois, pela A3 e a A7 (todas rodovias bem sinalizadas e seguras). Nossa sugestão é você estacione o carro no estacionamento gratuito próximo ao Castelo de Guimarães (tanto faz se quiser começar o roteiro pelo castelo ou centro histórico, tudo é tão perto que não chega a fazer diferença). Também há vagas de estacionamento na proximidades do Largo da República do Brasil e do Toural, mas geralmente são pagos e com limite de horas de permanência.


Já esteve em Guimarães? O que achou da pequena e bela cidade histórica portuguesa? Deixe suas sugestões e dúvidas nos comentários!

 

Por Rafael Castilho

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